INDEPENDÊNCIA AMÉRICA LATINA

INTRODUÇÃO

A independência da América Espanhola foi um processo que ocorreu por volta de 1810 até 1825. Esse processo se baseia em várias colônias da América Espanhola (Que serviam para comercializar e exportar para a metrópole) que se libertaram do domínio espanhol (Espanha). Esse processo e revoltas foram incentivados por insatisfações dos colonos com a metrópole em questões políticas e econômicos. Outros dois fatores que influenciaram fortemente a independência, foram o iluminismo e a independência dos EUA, que foram processos com ideias de liberdade, igualdade e soberania. Vale ressaltar que a revolução francesa também teve certa influência sob a América Espanhola. Resumindo, esse processo foi marcado por guerras e conflitos que foram motivados por descontentamento social e influências de outros processos, resultando na liberdade do domínio espanhol e formação de nações independentes na atual América Latina e antiga América espanhola. 

CAUSAS

As causas de revoltas e guerras por independência teve motivos internos e externos. Os externos, como já citei anteriormente, foram as ideias iluministas, Independência dos EUA e revolução francesa. Já havia grande descontentamento dos colonos com a opressão e desejo de mudanças no sistema (descontentamento com desigualdade social), isso somado com as ideias de liberdade (liberdade de expressão, igualdade social e outros fatores já citados neste site) do iluminismo e as histórias de liberdade e revolução dos americanos e franceses, inspirou as colônias a buscarem a própria independência e fazerem revoltas. As causas internas (que estavam dentro da América Espanhola e suas colônias) eram principalmente sobre descontentamento social e desigualdade. Esses descontentamentos aconteciam pois os crioulos embora tivessem terras e certas riquezas, eram excluídos de cargos políticos e administrativos importantes. Isso causava revoltas, pois os criollos queriam mais autonomia. Enquanto os crioulos eram excluídos de cargos importantes, os peninsulares (nascidos na Espanha) tinham muito poder na economia e governo, controlando a administração e comércios. Os indígenas e africanos, sofriam severamente de racismo e eram marginalizadas, tendo praticamente nenhum direito social ou político, e viviam sob condições precárias. Os indígenas, eram obrigados a fazer a "encomienda" que era o trabalho obrigatório que os indígenas tinham que prestar sob péssimas condições nas minas (inclusive, foi esse fato que iniciou as revoltas no Peru). O que aumentava muito o descontentamento, era o fato que as colônias só podiam comercializar com a Espanha (metrópole), além disso, as colônias eram muito mal administradas e acabavam sob altos impostos. Esse período de descontentamento ficou conhecido como crise do império espanhol e a partir as revoltas e processos de independência começaram.

cena de maus tratos a escravo
cena de maus tratos a escravo

SOCIEDADE NAS COLÔNIAS

Abaixo, coloquei uma pirâmide social que explica bem como funcionava a sociedade nas colônias espanholas. Resumindo, no topo, ficavam os chapetones (os espanhóis) que eram a elite rica que tinham diversos direitos e vantagens, tendo direitos e poder sob a economia e política. Abaixo dos chapetones e clero, estão os criollos (descendentes espanhóis nascidos na américa), que como já citei antes, tinham suas riquezas e posses, porém não tinham direitos políticos (cargos) e pouca administração econômica, o que causava as revoltas. Abaixo dos criollos, estavam os mestiços, que eram os filhos de europeus que se casaram ou tiveram relações com os indígenas da américa. Os mestiços serviam os criollos e eram artesões. Na base da pirâmide (e maioria da população) estavam os indígenas e negros, que eram escravos que deviam fazer trabalhos forçados (mita e encomienda) sob péssimas condições, além de que o trabalho nas minas era muito perigoso. Além da escravidão, esse grupo era muito mal tratado, sofrendo muito racismo e preconceito (esses fatores de trabalho forçado e injúrias raciais, levaram o início das revoltas de Túpac Amaru no atual Peru).

INÍCIO DAS INDEPENDÊNCIAS

Toda a crise do império espanhol, junto com o descontentamento das colônias, já estavam causando grandes revoltas e início de independências, porém, o que marcou de fato o início da independência de várias colônias, foi a invasão das tropas de Napoleão na Espanha em 1808. A invasão foi um sucesso, e os franceses conseguiram capturar o rei da Espanha e colocar no  trono o irmão de Napoleão, José Bonaparte. Em Madri (capital da Espanha), os espanhóis resistiram a invasão e lutaram para expulsar os franceses. Na américa, os espanhóis receberam a notícia que estavam sem seu rei, ficando sem autoridade e enfraquecidos contra as revoltas nas colônias, pois estavam focados em lutar contra os franceses na metrópole. Os criollos ao perceberem isso, criaram juntas governativas (governo temporário criado em certos lugares em períodos de crises ou revoltas) no objetivo de lutar pela independência ou tentarem administrar e controlar a situação até que as coisas na metrópole se ajeitassem. Vale lembrar que a França invadiu a Espanha no objetivo de controlar o comércio, e a Espanha foi perdendo seu controle pelas colônias pois estavam focados em expulsar os franceses e porque as ideias da revolução francesa se espalharam, incentivando a independência. A invasão da França na Espanha ficou conhecida por "guerra peninsular".
Imagem da guerra peninsular
Imagem da guerra peninsular
Imagem de José Bonaparte
Imagem de José Bonaparte

FASES DA INDEPENDÊNCIA

A independência da América espanhola foi dividida em duas fases. A primeira fase (1810-1814) foi marcada pelo início e formação da independência. Nessa fase, a França tomou grande parte da Espanha, fazendo com que os espanhóis ficassem ocupados lutando e focando na expulsão dos franceses. Os habitantes das colônias percebendo que os espanhóis estavam ocupados expulsando os franceses, formaram as juntas governativas e seus exércitos para lutar contra os realistas (defensores do domínio espanhol) e os espanhóis. Nessa primeira fase as guerras começaram e algumas colônias iniciaram seus processos de revoltas e independência (alguns exemplos são: Revolução de Maio, Argentina. Grito de Dolores, México.). A primeira fase também foi marcada por José de San Martín e Simón Bolívar (onde explicarei sobre eles nos próximos tópicos). A segunda fase (1814-1825) foi marcada por guerras maiores e várias colônias conseguindo suas independências. Nessa fase, as colônias focaram em consolidar e aumentar seu poder para que pudessem enfrentar os espanhóis e conseguir a independência. As colônias conseguiram estruturar melhor o exército e também conseguiram líderes militares poderosos com grande importância (os dois exemplos mais populares são: José de San Martin e Simón Bolívar). Depois de diversas batalhas e conquistas de território, diversas colônias conquistaram sua independência e se tornaram os países que conhecemos hoje em dia, os principais exemplos são: Argentina (9 de julho de 1816, que depois de diversos esforços políticos e militares, a Província de Tucumán proclamou sua independência), México (1821 depois de várias guerras), Chile (1818 depois que José San Martin derrotou as forças espanholas), Peru (1821, quando San Martin proclamou a independência. Porém as lutas duraram até 1824 devido a resistência espanhola e acabou com Bolívar derrotando os espanhóis). A independência das colônias formou os estados e países que conhecemos hoje, formando a atual américa latina. Essas independências foram importantes processos sociais e culturais, que refletem até os dias de hoje (isso explica o fato da américa latina ter muita cultura e diversidade). As colônias que se tornaram independentes tiveram dificuldades no início, passando por crises econômicas (devido ao estrago da guerra), guerras civis internas, dificuldades de ajustar as fronteiras, desigualdade social, problemas políticos e entre outros...

INDEPENDÊNCIA DAS COLONIAS

O quadro abaixo mostra de maneira resumida cada processo de independência das colônias da américa espanhola. (OBSERVAÇÃO: estou botando o quadro apenas como um complemento, um extra resumido. Por conta disso, não escrevi nada elaborado neste tópico e retirei o quadro dos slides do EB-VIRTUAL). Estou colocando apenas como um extra pois nesta página do site abordei a independência como um tema geral, e não de algumas colônias específicas.

JOSÉ DE SAN MARTÍN

José de San Martín nasceu em 1778 na cidade de Yapeyú que fica na província de Corrientes, Argentina. Cresceu na Espanha, onde estudou e entrou na carreira militar, onde foi convocado para lutar contra os homens de Napoleão que haviam invadido a Espanha (serviu como oficial e ganhou muita experiência militar, que seria útil e faria ele ser reconhecido posteriormente). Em 1812, voltou para a Argentina que era uma colônia espanhola na época. Devido sua experiência e histórico, ficou no comando para as lutas de independência da Argentina. Depois de várias lutas, José proclamou a independência da Argentina em 1816 em Tucumán. Em 1817, se juntou a Bernardo O'Higgins (líder do movimento de independência chileno) e levou seu exército. Juntos, dois proclamaram a independência do Chile em 1818. Por volta de 1820, se aliou com líderes locais do Peru para lutar contra os ingleses que estavam na costa peruana. Expulsou os ingleses e proclamou a independência do Peru em 1821. José é considerado o maior libertador da américa latina e seu legado histórico e heróico é reconhecido por todos os países latinos até hoje.

José de San Martin
José de San Martin

SIMÓN BOLÍVAR

Simón Bolívar também foi um grande libertador da américa latina, ficando conhecido como "El libertador". Nasceu em 1783 em Caracas, atual Venezuela. Por ter estudado um tempo na Europa, foi influenciado pelas ideias de liberdade e independência que o iluminismo e revolução francesa traziam. Em 1807 voltou para a américa para se envolver nas lutas pela independência, porém, focou nas lutas de liberdade da Venezuela. Participou da luta pela independência de outros países, como o Peru e Bolívia, porém, seu auge foi quando conquistou Bogotá dos espanhóis e formou a república da Grã-Colômbia, que mais tardar se fragmentou formando o atual Equador, Venezuela e Colômbia. Porém, o feito mais conhecido de Simón, foi o projeto de transformar a américa em uma confederação republicana, ou seja, juntar Estados independentes no objetivo de cooperar um com os outros e maior defesa. Essa união, juntaria culturas, economia, poder e etc... A ideia foi rejeitada pois os países não queriam dividir poder com medo de sofrerem crises e perderem dinheiro as custas de outro país.
Simón Bolívar
Simón Bolívar
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